Receitar óculos é um ato médico

A arte do medico oftalmologista consiste em encontrar óculos que proporcionem ao paciente a melhor acuidade visual possível ao lado de conforto para seus olhos.

Publicado por: WV Comunicação e MKT em 24/06/2017

Primeiro o oftalmologista deve reconhecer a real necessidade dos óculos, para que não ocorra da gaveta usa-los em vez do paciente. Nesse ponto é fundamental uma boa anamnese (informações fornecidas pelo paciente).

Depois, deve receitar corretamente o grau e o tipo de óculos a ser usado. Para tanto, o médico se utiliza de seus conhecimentos, habilidades e da forma minuciosa de se chegar ao grau correto, transferindo para o papel, a fórmula para suprir as necessidades do paciente.

Com a receita dos óculos nas mãos:
Posteriormente, o paciente se dirige a uma ótica para aviar (executar, concluir) sua “receita”; que passa por um delicado processo de produção (escolha adequada da armação e das lentes; surfaçagem dos blocos e montagem das lentes na armação).

Existem um grande número de tipos de armações cada vez mais confortáveis, estéticas, causando menos incômodos e ainda seguindo as tendências da moda.

Lentes oftálmicas com alto índice de refração e desenhos mais fisiológicos e menos aberrações têm sido produzidas, permitindo a confecção de óculos mais confortáveis, mais estéticos e eficientes. Tratamentos com materiais ativados pela radiação ultravioleta produzem o escurecimento e o clareamento das lentes de forma cada vez mais rápida e intensa e em diferentes tonalidades. Filtros para radiação ultravioleta, associados ou não ao escurecimento das lentes reduzem ou evitam os danos oculares causados por este tipo de luz. O tratamento antirreflexo atual apresenta menor aderência de partículas e está mais eficiente e duradouro.

Porém, um passo errado durante a confecção das lentes ou uso de lentes de baixa qualidade, podem comprometer a qualidade da visão.

A correção óptica pode ser uma dádiva ou um castigo: a falta de correção óptica pode ser uma barreira intransponível para o desenvolvimento e entrosamento sócio educacional de um estudante. Porém lentes incorretas, de qualidade ruim ou desnecessárias principalmente em crianças, podem causar problemas de relacionamento social e desenvolvimento cognitivo ou mesmo a instalação de ambliopia (ou olho preguiçoso, é uma disfunção oftálmica caracterizada pela diminuição da acuidade visual uni ou bilateralmente, sem que o olho afetado mostre qualquer anomalia estrutural) e/ou estrabismo.

Óculos com lentes erradas ou de má qualidade podem:
1. distorcer a imagem (exemplo: impressão de que as paredes e o chão são côncavos);

2. diminuir a visão periférica;

3. causar diplopia (visão dupla, como um fantasminha da televisão); no trânsito, a visão dupla pode levar um motorista ao erro e a causar acidentes.

4. alterar o tamanho da imagem dos objetos;

5. causar desconforto ocular;

6. causar cefaleia;

7. dificultar a leitura;

8. provocar: embaçamento visual, tontura, ardência, cansaço na visão e lacrimejamento;

9. provocar aberrações ópticas, que serão mais intensas quanto maior for a intensidade das correções.

10. provocar degraus e desníveis, obrigando o olho a um esforço extra mais para corrigir a visão. Esse esforço acaba deixando o olho mais cansado.

Valor ABBE As lentes de baixo valor ABBE (Quanto maior o número de Abbe maior a qualidade óptica da lente de uma lente no quesito aberração cromática (decomposição da luz branca em diversas cores, a coloração observada ao se olhar através das lentes)., que produzem dispersão cromática, são dificilmente toleradas por hipermetropes por perceberem distorção na visão central, ao contrário dos míopes que percebem mais quando a olham pela periferia das lentes.

Óculos de Sol Usar óculos de Sol de baixa qualidade é pior do que expor os olhos ao Sol sem proteção alguma. As lentes escurecidas fazem com que a pupila se dilate, em vez de se encolher diante da claridade, o que aumenta a entrada dos raios UVA e UVB, nocivos a saúde ocular.

Autoria:
Dr Newton Kara José