A farmácia não pode vender em quantidade maior o colírio antibiótico para que possa levar na viagem?
Assunto importante que merece ser conhecido.
A RDC nº 20 / 2011 determina que a venda deva atender essencialmente ao que foi prescrito. Dessa maneira, sempre que possível, o farmacêutico deve dispensar a quantidade exatamente prescrita para o tratamento. Nos casos em que não for possível a dispensação da quantidade exata por motivos de inexistência, no mercado, de apresentação farmacêutica com a quantidade adequada ao tratamento, a preferência deve ser dada à dispensação de quantidade superior mais próxima ao prescrito, de maneira a promover o tratamento completo ao paciente. Entretanto, a dispensação em quantidade superior deve ser realizada somente nos casos estritamente necessários, uma vez que esse procedimento acarreta sobra de medicamentos para o paciente, elevando o risco de automedicação sem orientação médica.
Porque tanto cuidado com colírios antibióticos?
As novas decisões da Anvisa aconteceram depois dos surtos da superbactéria KPC (Klebsiella Produtora de Carbapenemase), que é resistente a praticamente todos os antibióticos existentes.
O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, se reuniu, nesta quarta-feira (29/03/17), em Brasília, com representantes de países Latino-Americanos, União Europeia e entidades internacionais para discutir e promover o enfrentamento da resistência antimicrobiana no mundo (1).
O tema é prioridade para a saúde pública em razão do crescimento do número de bactérias resistentes, com comprometimento ou, até mesmo, impossibilidade de cura com os antibióticos existentes(1).
“O Brasil está elaborando o Plano de Ação Nacional para a Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos organizado por meio de um diálogo integrado entre órgãos como Anvisa, Funasa e ministérios da Saúde, Agricultura, Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente”, afirma o texto da Agência Saúde.(1)
Posso pegar colírios antibióticos nas Farmácias Populares?
As unidades próprias da Farmácia Popular devem acabar. Na reunião do dia 30/03/17, em Brasília, o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde votaram a favor da extinção desse formato do programa, lançado em 2004(1).
O Conselho vai propor que recursos sejam transferidos para custear a compra de medicamentos distribuídos nas Unidades Básicas de Saúde. As discussões sobre o fim das unidades próprias começaram há alguns meses. Ministério da Saúde e secretários estaduais já haviam se manifestado favoravelmente a essa ideia. Faltava apenas o aval de representantes de Secretários Municipais. “O modelo da unidade própria é dispendioso, pouco eficaz. É muito dinheiro para pouco remédio distribuído”, resumiu o presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, Mauro Guimarães Junqueira(1).
Bibliografia consultada
1. NK Consultores - nk@nkconsultores.com.br
Brasília, 30 de Março de 2017