Orientação e Mobilidade: desafios constantes ao deficiente visual
No Brasil, de acordo com a OMS (2004), considera-se a estimativa da prevalência de cegueira de 0,3% e de baixa visão de 1,7% na população geral.
A reabilitação da pessoa com deficiência visual tem como objetivo a promoção de sua qualidade de vida, sua inclusão social e a diminuição do impacto econômico negativo.
A avaliação das funções visuais para conhecimento das alterações oculares existentes faz-se necessário para o planejamento da reabilitação. O conhecimento da acuidade visual, campo visual, sensibilidade ao contraste e outras funções visuais orientará a conduta a ser seguida.
É necessário estar atento e sensível às dificuldades diárias do deficiente visual nas atividades comuns do dia a dia. Tarefas como, por exemplo, enxergar a comida no prato, ver horas, placas indicativas ou preços em supermercado, andar em ambientes pouco familiares, assistir TV, ler o jornal, reconhecer pessoas e poder cumprimentá-las, além das dificuldades relacionadas às barreiras físicas como falta de sinalização adequada, buracos nas calçadas, portas de vidro sem tarja preta e muitas outras situações, que embora nos pareçam simples, são desafios constantes ao deficiente visual e podem ocasionar constrangimentos e limitar a sua independência.
Uma professora especializada em reabilitação poderá orientar e treinar o indivíduo em tarefas de vida diária e locomoção.
Orientação e Mobilidade
Já nos primórdios da humanidade espontaneamente algumas pessoas com deficiência visual passaram a usar alguma ‘bengala’ para se locomover: cajado, bastão, vara de bambu, galho de árvore…Inicialmente, o manuseio e o manejo da bengala aconteceram muito mais pela intuição, bom senso e curiosidade do indivíduo com deficiência visual. Com o tempo, entretanto, surgiram técnicas e estratégias específicas que facilitaram, e forneceram maior segurança, ampliando as possibilidades de deslocamentos independentes no ambiente.1
Foi no século passado que a ‘bengala branca’ foi institucionalizada como símbolo da cegueira, e em 1944, criaram-se técnicas para usar a bengala longa, resultando em um novo conceito: Orientação e Mobilidade.
De acordo com João Álvaro de Moraes Felippe, especialista em Orientação e Mobilidade da instituição Laramara, a ‘Orientação’ para a pessoa com deficiência visual é o aprendizado no uso dos sentidos para obter informações do ambiente: saber onde está, para onde quer ir e como fazer para chegar ao lugar desejado.2
A pessoa para se orientar pode usar a audição, o tato, a cinestesia (percepção dos seus movimentos corporais), o olfato e a visão residual, quando for o caso.2
Ressalta ainda que a ‘Mobilidade’ para a pessoa com deficiência visual é o aprendizado para o controle dos movimentos corporais de forma organizada, segura e eficaz. Esse processo de aprendizagem pode ocorrer de forma espontânea para algumas pessoas, mas em outras, necessitam intervenção específica por meio de um programa de Orientação e Mobilidade (OM).2
O dia 15 de Outubro é o Dia Mundial da Bengala Branca, símbolo de independência, liberdade e confiança das pessoas cegas. Estabelecido pela Federação Internacional de Cegos, em 1970, este dia tem como objetivo reconhecer a independência das pessoas cegas e com baixa visão, sua plena participação na sociedade, a sua utilização permite ao deficiente visual movimentar-se livremente3.
Bibliografia consultada
http://www.bengalalegal.com
http://www.portalacesse.com/2017/08/08/mobilidade-para-as-pessoas-com-deficiencia-visual/
http://www.difundir.com.br
Autoria: Regina Carvalho e Dr. Newton Kara José