Mutirões de catarata e caravanas de cirurgia de catarata

Catarata é a opacidade da lente natural chamada Cristalino, que se localiza dentro do olho, atrás da íris (que dá a cor dos olhos e tem um orifício chamado pupila, a menina dos olhos)

Publicado por: WV Comunicação e MKT em 07/08/2016

Um grande número de pessoas acima de 60 anos de idade, tem catarata, pois é um processo natural de envelhecimento do cristalino. Mas a catarata também pode aparecer em pessoas jovens, causada por trauma; por uso de medicamentos como o corticoide; por substâncias tóxicas como a nicotina; por doenças metabólicas como o diabetes mellitus, hipertireoidismo,doenças renais; por exposição excessiva aos raios UVA e UVB; após doenças oculares como uveite, alta miopia; após doenças sistêmicas como a rubéola e toxoplasmose entre outras.

As queixas mais comuns do portador de catarata são:- visão embaçada, turva, dificuldade para enxergar quando há muito Sol; perda da nitidez no tom das cores, que se tornam tons pastéis; visão dupla,tripla, de focos de luz como a Lua e perda progressiva da visão.

O tratamento da catarata é cirúrgico. Não há efetividade no tratamento com colírios, exercícios oculares, uso de óculos ou lentes de contato.

Quando as atividades do dia -a-dia estão sendo prejudicadas pela falta da visão, está indicado cirurgia.

As técnicas para a cirurgia de catarata vem se aprimorando ao longo dos anos. Hoje a cirurgia mais realizada é a facoemulsificação com implante de lente intraocular dobrável. A cirurgia de catarata pode também se utilizar do laser de femtossegundo em algumas etapas, com possível diminuição do trauma cirúrgico, minimizando os efeitos colaterais provocados pela operação. Porém o laser de femtossegundo ainda tem um custo muito elevado e não possui cobertura dos planos de saúde e SUS.

Mutirões de catarata
Os mutirões de catarata surgiram há mais de 15 anos para atender a uma demanda que o SUS não conseguia atender. A função dos mutirões, feitos em clínicas e hospitais já existentes em uma determinada região, era atender um grande número de pessoas que estavam aguardando na fila do SUS, com o objetivo de examinar e se necessário fazer a cirurgia de catarata. Após a cirurgia, o paciente recebia acompanhamento pós-cirúrgico até a alta, com oftalmologistas da região.

Caravanas de cirurgia de catarata
As caravanas de catarata são mutirões móveis, com centros cirúrgicos adaptados em carretas que vão até localidades onde não há oftalmologistas ou centros cirúrgicos suficientes para atender a população necessitada.

Ambas as iniciativas são positivas, desde que tenham um planejamento minucioso e condições técnicas e higiênicas necessárias para que as cirurgias sejam realizadas com segurança.

Lembrando que os cuidados devem ser dobrados quando se opera muitas pessoas, especialmente nas caravanas, por que há riscos no transporte e armazenamento de medicamentos e instrumentos. Além de melhor assepsia pois as cirurgias são feitas dentro de uma carreta, ambiente menos controlado que o encontrado no centro cirúrgico fixo.

O pós operatório, fundamental em cirurgia de catarata, deve ser revisto nas caravanas, pois após o término das cirurgias, partem sem posterior avaliação dos olhos operados.

Tanto as caravanas como os mutirões, só devem ser realizados em caráter excepcional, em regiões muito necessitadas, sem infraestrutura, sem oftalmologistas suficientes, não devendo ser uma solução de rotina.

O SUS deveria aumentar o credenciamento dos médicos e o número de cirurgias nas clínicas e hospitais já credenciados. Assim, diminuiria a fila de espera por uma cirurgia de catarata e não seriam necessários carretas e mutirões.

Segundo Dr Homero Gusmão de Almeida, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), três instituições juntas (o CBO juntamente com a Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa e o Conselho Federal de Medicina) estão analisando o cenário a fim de estabelecer normas rígidas para que esses atendimentos sejam realizados com mais segurança e qualidade, minimizando os riscos e protegendo a população.

Autoria:
Regina Carvalho e Dr Paulo Augusto de Arruda Mello